O que é um conto? (continuação)
Os contos populares são anónimos, de
origem longínqua e
imemorial. Porém, nos nossos dias, os contos populares são antes
de mais textos fixados pela escrita nas revistas foclóricas, nas
recolhas dos estudiosos, nos livros para crianças. Durante muito tempo
fizeram parte de uma cultura viva, transmitida oralmente ao longo dos
séculos, fundo comum que se encontra, sob variantes mais ou menos
próximas, em todas as
culturas e regiões do globo. Daí que, num certo sentido, possam
ser
considerados como a mais universal de todas as formas de
narrativas.
Na verdade, trata-se de
histórias simples, curtas, que apresentam personagens "tipo" vivendo
situações
"tipo". As limitações da vida humana e a semelhança das suas
situações básicas produzem necessariamente por toda a parte contos que
são muito semelhantes em todos os aspectos estruturais importantes. Têm
uma forma e uma substância tão definida na cultura humana como o
cântaro ou a enxada.
Nas suas formas orais,
literárias, "mass-mediatizadas",
os contos permitem a crianças e adultos conceber estratégias para
se posicionarem no mundo e compreender o que os rodeia. Aprendidos na
infância,
fornecem significados, estruturam e dão forma às figuras e aos
conflitos com que
o homem se confronta no seu dia-a-dia.
Contados de geração em geração ao longo dos séculos, foram adquirindo várias fórmulas. Começam muitas vezes por "Era uma vez…" e terminam "…e viveram sempre felizes".A fórmula "era uma vez", não só ajuda um conto fantástico a atingir credibilidade, como salienta a universalidade dos temas presentes; os conflitos não são locais mas de todos os tempos e para todos os lugares. Se as personagens centrais vivem "felizes para sempre", é porque se desenvolveram como seres humanos, porque merecem a felicidade que recebem.
Contados de geração em geração ao longo dos séculos, foram adquirindo várias fórmulas. Começam muitas vezes por "Era uma vez…" e terminam "…e viveram sempre felizes".A fórmula "era uma vez", não só ajuda um conto fantástico a atingir credibilidade, como salienta a universalidade dos temas presentes; os conflitos não são locais mas de todos os tempos e para todos os lugares. Se as personagens centrais vivem "felizes para sempre", é porque se desenvolveram como seres humanos, porque merecem a felicidade que recebem.
Se se tomar como exemplo a
história de Cinderela, entre as trezentas e tal versões descobertas, da
China aos Estados Unidos, as emoções retratadas são similares em quase
todas as versões, mas as manifestações individuais dessas emoções
reflectem os costumes e as crenças do grupo que conta a história.
Segundo Bruno Bettelheim (1976), o que distingue os contos de
fadas das outras narrativas orais ou escritas é a resolução final dos
conflitos.
O conto de fadas fornece sempre elementos de resposta, que podem
variar conforme as culturas e as formas de organização social, mas
ensina sempre que certos perigos, problemas e situações podem ser
ultrapassados se forem encarados com perseverança.
In www.educ.fc.ul.pt
In www.educ.fc.ul.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário