quarta-feira, 24 de abril de 2013


                       
Contos de fadas (continuação) 

Em muitos contos de fadas "clássicos" a acção é lenta, mas mantém-se um factor vital em alto grau - "o que vai acontecer a seguir". Há uma grande ênfase nas qualidades morais do herói ou da heroína. Os bons são valentes, pacientes, gentis, generosos e belos. Os maus são destrutivos, feios, terríveis e a justiça realiza-se de maneira satisfatória. Bruxas e dragões, ogres e gigantes são mortos ou postos em fuga, o príncipe casa com a princesa e vivem juntos e felizes para sempre.A forma simbólica sob a qual são apresentadas as situações permite ao ouvinte, ou ao leitor, sentir-se implicado, não deixando por isso de manter as suas distâncias.

Há outra razão de peso para as crianças gostarem deste tipo de histórias. Todas as crianças, por muito amadas e queridas que sejam, estão sob o poder dos adultos, vivem situações que consideram injustas, sonham com o dia em que o mundo vai descobrir que são muito mais inteligentes, muito mais bonitas, muito mais interessantes e dignas de ser amadas do que alguém reconheceu alguma vez. É maravilhoso para a criança pressentir que essa descoberta pode acontecer, que chegará o dia em que poderá ocupar o lugar que legitimamente sente pertencer-lhe. Daí se poder dizer que os contos de fadas carregam as baterias da  auto-estima das crianças tendo grande importância na sua formação.

Obviamente os contos de fadas não são as únicas histórias que podem ser lidas ou contadas às crianças. Mas são mais facilmente apreensíveis graça à sua estrutura e aos seus temas, à utilização de fórmulas de repetição. A sua linguagem metafórica permite à criança projectar-se em diferentes personagens e situações. 


                                                                                                                 In  www.educ.fc.ul.pt

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