segunda-feira, 29 de abril de 2013

  OS SAPATINHOS VERMELHOS              Conto de Andersen
 
  
E
ra uma vez uma menina, bonitinha e delicada, que no verão tinha de andar sempre descalça, pois era pobre, e no inverno tinha de usar grandes sapatos de madeira, que lhe deixavam o tornozelo vermelho e dolorido.
    Na aldeia morava a velha sapateira. De velhas tiras vermelhas de vestidos, ela fez, como melhor pôde, um par de sapatos. Eram estes, na realidade, bem grosseiros, mas feitos com a melhor das intenções, para serem presenteados à menina, que se chamava Karen.
    Precisamente no dia em que sua mãe foi enterrada, Karen recebeu os sapatos vermelhos, e pela primeira vez os calçou. Não eram muito adequados para o luto, mas ela não tinha outros; e, com eles nos pés, sem meias, Karen acompanhou o pobre e tosco caixão da sua mãe.
    Naquele momento, passava uma grande e antiga carruagem, na qual ia uma nobre e velha senhora. Esta, vendo a menina, teve pena dela, e pediu ao padre que lhe confiasse a órfã, prometendo que a trataria bem.
   Karen pensou que tudo era por causa dos sapatos vermelhos. A velha senhora, porém, disse que eles eram horríveis, e queimou-os. Karen passou a andar bem vestida, teve de aprender a ler e a costurar, e todos diziam que ela era bonita. No entanto, o espelho ia além: “És mais que bonita; és formosa.”
    Certa vez, a Rainha percorreu o país, levando em sua companhia a sua filhinha, que era princesa. O povo aglomerou-se em frente ao palácio, e Karen também lá estava. A princesinha, num luxuoso vestido branco, assomou à janela, deixando-se ser vista pelo povo. Não tinha ela vestido de cauda, nem coroa de ouro na cabeça; mas calçava lindos sapatos vermelhos, de marroquim. Como eram diferentes daqueles que a velha sapateira da aldeia costurara para Karen! Sim: nada neste mundo se podia comparar a uns sapatos vermelhos!
   Karen atingiu a idade de ser crismada. Recebeu vestidos novos, e devia ganhar também sapatos novos. O melhor sapateiro na cidade tomou a medida do pezinho dela. Na sapataria dele havia grandes armários com portas de vidro, onde se exibiam graciosos sapatos e botinas muito polidas. Era tudo bonito ali, mas a velha senhora não enxergava bem; por isso, não sentia prazer nenhum diante daquilo. Entre os sapatos enfileirados havia um par vermelho, exatamente igual ao que a princesa usava. Que sapatos lindos! O sapateiro declarou que haviam sido feitos para a filha de um conde, mas não tinham servido.
    — Devem ser de verniz — disse a velha, olhando-os de perto. — São tão brilhantes!
    — São muito brilhantes, sim — confirmou Karen.
   Os sapatos lhe serviram, e foram comprados. Mas a velha senhora não sabia que eram vermelhos, embora lhes notasse as cintilações do verniz. Do contrário, não teria permitido que Karen fosse ao Crisma com sapatos vermelhos. Mas foi exatamente o que fez a menina.
   Toda a gente olhava para os pés dela. Quando ela atravessou a igreja, para ir ao coro, pareceu-lhe que até os velhos retratos coloridos nas sepulturas — retratos de sacerdotes e de suas esposas, com golas e trajes pretos — não despregavam os olhos dos seus sapatos vermelhos. E só nos sapatos ela pensava, quando o padre lhe pôs a mão na cabeça e, falando do sagrado batismo, e da aliança com Deus, disse que, dali por diante, depois do crisma, ela seria uma pessoa adulta. O órgão soava, solene, as vozes das crianças elevavam-se, no coro, juntamente com a do velho cantor da igreja, mas Karen só pensava nos sapatos vermelhos.
   À tarde, por ouvi-lo de todos, já a velha senhora sabia que os sapatos eram vermelhos. Censurou a menina, dizendo-lhe que aquilo era feio, que não ficava bem, e que Karen, daquele dia em diante, quando fosse à igreja, deveria ir com sapatos pretos, mesmo que fossem velhos.
  No domingo seguinte, havia missa, e Karen, olhando alternadamente para os sapatos pretos e os sapatos vermelhos… acabou por calçar estes.
   Era um belo dia ensolarado. Karen e a velha senhora iam pelo atalho, entre os trigais, onde havia muita poeira.
   Junto à porta da igreja estava parado um velho soldado, de muletas, com uma estranha barba comprida, mais vermelha que branca; inclinando-se até o chão, ele perguntou à velha senhora se podia limpar-lhe os sapatos. Também Karen estendeu-lhe o seu pezinho.
   — Que lindos sapatos de baile! — disse o soldado. — Que fiquem firmes no pé, quando dançarem! — acrescentou, dando uma palmada na sola dos sapatos.
     A velha senhora deu uma moedinha ao soldado e entrou com Karen na igreja.
   Lá dentro, todo mundo olhou para os sapatos vermelhos de Karen, e até mesmo as imagens como os fitaram. Quando Karen se ajoelhou ante o altar e levou o cálice de ouro aos lábios, pensou nos sapatos vermelhos: era como se estes boiassem no cálice à sua frente. Ela se esqueceu, até, de cantar o salmo e de rezar o “Padre Nosso”.
    Depois, todos os fiéis saíram da igreja, e a velha senhora entrou na sua carruagem. Karen ergueu o pé, para subir logo atrás dela, e o velho soldado, que estava ali pertinho, repetiu sua observação anterior.
    — Vejam só, que lindos sapatos de baile!
    Ouvindo-o, Karen não pôde deixar de executar alguns passos de dança. Mal o fez, porém, os pés continuaram sempre a dançar: parecia que os sapatos os dominavam. Dançando sempre, ela contornou o ângulo da igreja, sem querer; o cocheiro teve de correr atrás dela. Segurou-a e colocou-a no carro, mas os pés da menina continuaram a dançar, dando pontapés na velha senhora. Finalmente, conseguiram tirar-lhe os sapatos, e só então os pés pararam.
     Em casa, os sapatos foram postos num armário, mas Karen não podia deixar de fitá-los.
    A velha senhora adoeceu. Dizia-se que não sobreviveria. Seu estado requeria cuidados e tratamentos especiais, e ninguém melhor que Karen para encarregar-se deles. Na cidade, porém, havia um grande baile, para o qual Karen fora convidada. Ela olhou a velha senhora, que de qualquer modo não iria sobreviver, olhou os sapatos vermelhos, e achou que não havia pecado em calçá-los. Calçou-os, e foi ao baile.
    Começou a dançar, mas, quando queria ir para a direita, os sapatos a puxavam para a esquerda, e, quando quis subir ao salão, os sapatos a levaram para fora, desceram a escada, atravessaram a rua e saíram pelo portal da cidade. Ela dançava, não podia mais parar. E, dançando sempre, foi levada pelos sapatos até à sombria floresta.
    Um clarão surgiu entre as árvores. Karen julgou que fosse a lua, mas era um rosto, o rosto do velho soldado de barba vermelha, que lhe disse: “Que lindos sapatos de baile!”
    Apavorada, Karen quis arrancar os sapatos vermelhos, mas viu que eles estavam presos aos seus pés. Tirou as meias, rasgando-as, mas os sapatos não saíam. Por menos que o quisesse, tinha ela de dançar, e saiu dançando por sobre campos e prados, com sol e com chuva, dia e noite. À noite, porém, era mais horrível.
    Dançando, sempre, Karen entrou no cemitério. Ali, os mortos não dançavam: tinham coisa melhor que fazer. Ela quis sentar-se numa sepultura pobre, onde cresciam samambaias agrestes, mas para ela não havia repouso, nem sossego. Ao aproximar-se, dançando, da porta da igreja, que estava aberta, viu um anjo, de longa roupagem branca, com asas, que lhe iam dos ombros até o chão. Seu rosto era grave e severo. E o anjo empunhava uma espada larga e cintilante.
    — Dançarás! — disse o anjo. — Dançarás com teus sapatos vermelhos, até estares pálida e fria, até tua pele enrugar-se como a de um cadáver. Dançarás de porta em porta, e, onde morem crianças soberbas, vaidosas, baterás à porta, para que te ouçam e tenham pavor de ti! Dançarás, dançarás sempre…
    — Misericórdia! — implorou Karen.
    Mas não ouviu o que o anjo respondeu, pois os sapatos já a levavam, através do portão, aos campos, cruzando caminhos e atalhos, fazendo-a dançar continuamente, sem interrupção.
    Certa manhã, passou dançando, por uma porta que ela conhecia bem. Dentro da casa soavam salmos, e, no momento em que ela passava, ia saindo um caixão enfeitado com flores. Karen soube, então, que a velha senhora falecera, e sentiu-se abandonada por todos e amaldiçoada pelo anjo de Deus.
    E ela dançava sempre. Sem descanso, sem parar, dançava pela noite adentro. Os sapatos a levaram por sobre espinheiros e tocos de árvores, que a deixaram coberta de sangue. Dançando através de um tojal, chegou a uma casinha solitária. Lá, sabia, morava o carrasco. Bateu com o dedo na vidraça.
    — Abre a porta! — disse ela. — Não posso entrar, pois estou dançando.
    — Com certeza não sabes quem eu sou! — respondeu o carrasco. — Sou aquele que corta a cabeça dos maus, e sinto já vibrar o meu machado!
    — Não me cortes a cabeça! — pediu Karen. — Pois assim eu não poderia expiar o meu pecado! Corta meus pés, com os sapatos vermelhos!
    Confessou todos os seus pecados, e o carrasco cortou-lhe os pés calçados com os sapatos vermelhos. Os sapatos saíram dançando, com os pés cortados, pelo campo afora, e desapareceram na mata.
   O homem esculpiu-lhe umas pernas de pau e umas muletas, ensinou-lhe um salmo cantado pelos pecadores, e ela, depois de beijar a mão que vibrara o machado, saiu caminhando pelo campo.
    — Sofri bastante pelos sapatos vermelhos — disse ela. — Agora, vou à igreja, para que todos me vejam.
    Saiu andando tão depressa quanto podia, rumo à igreja, mas, ao chegar à porta, viu os sapatos vermelhos dançando à sua frente. Retrocedeu, apavorada.
    Passou a semana inteira entristecida. Chorou muito. Mas, quando chegou o domingo, disse de si para si: — “Já penei e sofri muito. Creio que sou, agora, tão boa como muitos dos que estão sentados lá dentro da igreja”. E saiu, resoluta. Não chegou, porém, a transpor a porta da igreja, pois lá estavam, de novo, os sapatos vermelhos, dançando à sua frente. Aterrorizada, voltou, e arrependeu-se, do fundo do coração, do seu pecado.
    Foi ao presbitério e pediu que a deixassem trabalhar ali, como criada, Prometeu ser diligente e fazer tudo quanto pudesse; não fazia questão de ordenado, queria apenas ter um teto e estar entre gente boa. A mulher do pastor teve pena dela e lhe deu serviço. Ela era paciente, trabalhava muito, e pensava mais ainda. Ficava muda, ouvindo, quando, à noite, o padre lia em voz alta a Bíblia. Todas as crianças gostavam muito dela. Mas quando falavam de adornos e de vestidos bonitos, de como ser linda como uma rainha, ela meneava tristemente a cabeça.
     No domingo seguinte, foram todos à igreja. Perguntaram-lhe se ela não queria ir também com eles. Karen, porém, olhando, com lágrimas nos olhos, as suas muletas, teve de ficar. Enquanto os outros foram ouvir a palavra de Deus, ela recolheu-se, sozinha, ao quarto. Este era tão pequeno que dava exatamente para caber uma cama e uma cadeira. Karen sentou-se ali com o seu livro de salmos. E quando ela, com pensamentos piedosos, o lia, o vento trouxe até ela os sons do órgão da igreja. Karen ergueu o rosto coberto de lágrimas e suplicou: “Ajudai-me, meu Deus!”
      Num clarão de luz solar apareceu-lhe então o mesmo anjo de roupagem branca, que ela vira à porta da igreja, naquela noite horrível. Não empunhava mais a grande espada, mas um lindo ramo verde, cheio de rosas; tocou com ele o teto, que se elevou em abóbada, onde brilhava uma estrela dourada. Tocou as paredes, que se distenderam, e Karen viu o órgão tocando, viu os velhos retratos dos sacerdotes e de suas esposas: os fiéis estavam sentados nas cadeiras enfeitadas, e cantavam salmos. A própria igreja viera até a pobre menina, no seu pequeno quarto. Ou seria que ela se achava, de repente, na igreja? Viu-se na cadeira, ao lado das pessoas da família do pastor, e. quando terminaram de cantar o salmo e ergueram os olhos, todos lhe fizeram um sinal de aprovação, dizendo: “Que bom teres vindo, Karen!”
     — Foi uma graça! — respondeu ela.
   O órgão soava, e ternas eram as vozes das crianças no coro. A clara luz do sol entrava, cálida, pelas janelas da igreja. Também o coração de Karen se encheu de sol, de paz e alegria. Sua alma voou para Deus, num raio de sol. E ninguém mais perguntou pelos sapatos vermelhos.
  
                                      In   http://aguasdeprata.blogspot.pt/2012/11/os-sapatinhos-vermelhos-por-hans.html
 
               O Patinho Feio                   Hans Cristian Andersen 

Era uma vez ...
 
Uma patinha que teve quatro patinhos muito lindos, porém quando nasceu o último, a patinha exclamou espantada:
- Meu Deus, que patinho tão feio!
Quando a mãe pata nadava com os filhos, todos os animais da quinta olhavam para eles:
- Que pato tão grande e tão feio!
Os irmãos tinham vergonha dele e gritavam-lhe:
- Vai-te embora porque é por tua causa que toda a gente está a olhar para nós!
Afastou-se tanto que deu por si na outra margem. De repente, ouviram-se uns tiros. O Patinho Feio observou como um bando de gansos se lançava em voo. O cão dos caçadores perseguiu-o, furioso.
Conseguiu escapar do cão mas não tinha para onde ir, não deixava de andar. Finalmente o Inverno chegou. Os animais do bosque olhavam para ele cheios de pena.
 
- Onde é que irá o Patinho Feio com este frio?
 Não parava de nevar. Escondeu-se debaixo de uns troncos e foi ali que uma velhinha com um cãozinho o encontrou.
- Pobrezinho! Tão feio e tão magrinho!
E levou-o para casa.

Lá em casa, trataram muito bem dele. Todos, menos um gatinho cheio de ciúmes, que pensava: "Desde que este patucho está aqui, ninguém me liga".
Voltou a Primavera. A velha cansou-se dele, porque não servia para nada: não punha ovos e além disso comia muito, porque estava a ficar muito grande.
O gato então aproveitou a ocasião.
- Vai-te embora! Não serves para nada!

A nadar chegou a um lago em que passeavam dois belos cisnes que olhavam para ele. O Patinho Feio pensou que o iriam enxotar. Muito assustado, ia esconder a cabeça entre as asas quando, ao ver-se refletido na água, viu, nada mais nada menos, do que um belo cisne que não era outro senão ele próprio.
Os cisnes desataram a voar e o Patinho Feio fugiu atrás deles.
Quando passou por cima da sua antiga quinta, os patinhos, seus irmãos, olharam para eles e exclamaram:
- Que cisnes tão lindos!



                                        In  http://paulaperna.com.sapo.pt/patinho_feio_1.htm
Uma curiosidade sobre Hans Cristian Andersen 
 

Para além de escrever, Hans C. Andersen (1805-1875) dedicou-se também a desenhar e a fazer recortes em papel - pequenas e delicadas obras de arte que muitas vezes ia criando à medida que contava histórias às suas audiências. Várias coleções destas imagens estão disponíveis no Museu de Odensee (Dinamarca), a sua terra natal.




Aqui vos deixo alguns dos seus extraordinários recortes!











 Este último, foi realizado pelo escritor tendo como inspiração o seu conto "A princesa e a ervilha"
                                                                                                                         Hans Cristian Andersen

AQUI FICA A SUGESTÃO!

DEZ CONTOS DE FADAS - A ROUPA NOVA DO IMPERADOR Episódio da série DEZ CONTOS DE FADA, que mostra algumas das histórias mais conhecidas do famoso escritor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875).

Narrado em português do Brasil. Vale apena ouvir!!!


A roupa nova do imperador  - para ilustrar depois de ouvir o conto
 



 
 * Contos de Andersen*
 
 
 
  A roupa nova do imperador
 
 
 
 
InicialH.svgá muitos e muitos anos atrás, vivia um imperador que só pensava em comprar roupas novas, e com isso ele gastava todo o dinheiro do reino, sua única ambição era estar sempre bem vestido. Ele não se preocupava com os soldados, e jamais sentiu qualquer inclinação pelo teatro, a única coisa de fato, que o interessava era sair para exibir os seus novos trajes. Ele tinha um manto para cada hora do dia, e quando para um rei se costumava dizer: “Ele está em seu gabinete", para ele se poderia dizer: “O imperador está em seu vestuário.”
A grande cidade onde ele residia era muito alegre; todos os dias muitos estrangeiros chegavam de todas as partes do globo. Um dia dois vigaristas chegaram à cidade; eles faziam as pessoas acreditarem que eram grandes tecelões, e afirmavam poder confeccionar as roupas mais finas que alguém poderia imaginar. As cores e os modelos que eles criavam, diziam, não eram apenas excepcionalmente lindas, mas as roupas feitas com o material que eles produziam, possuíam a maravilhosa capacidade de ser invisível a qualquer pessoa que não tivesse preparada para o cargo que ocupava ou fosse imperdoavelmente tola.
"Essa deve ser uma roupa maravilhosa," pensou o imperador. "Se eu tivesse de vestir uma roupa feita com um tecido tão especial eu poderia descobrir quais ministros do meu império não estavam preparados para os seus cargos, e eu poderia distinguir o tolo do sábio. Eu preciso mandar fazer essa roupa para mim sem demora." E mandou oferecer uma grande soma em dinheiro para os vigaristas, antecipadamente, para que eles iniciassem o trabalho imediatamente. Eles prepararam dois teares, e fingiam trabalhar com muita eficiência, porém, não produziam nada em nenhum dos teares. Eles solicitavam as sedas mais finas, e os tecidos de ouro mais preciosos, e tudo o que eles conseguiam eles pegavam para eles e trabalhavam nos teares vazios até tarde da noite.
"Preciso enviar o meu ministro mais velho e mais honesto até os tecelões,” pensava o imperador. “Não há ninguém melhor do que ele para avaliar como as coisas estão indo, porque ele é inteligente, e ninguém entende melhor do seu ofício do que ele."
InicialO.svg velho e bom ministro foi até o local onde os vigaristas ficavam diante dos teares vazios. "Meu Deus do céu!" pensou ele, e arregalou os olhos, "Eu não estou conseguindo ver nada em absoluto!", mas ele não disse isso. Os dois vigaristas pediram para que ele se aproximasse, e lhe perguntaram se ele não admirava os modelos primorosos e as cores belíssimas, e mostrava os teares vazios. O pobre e velho ministro se esforçava o melhor que podia, mas não conseguia ver nada, porque não havia nada mesmo para ser visto. "Oh, céus," pensava ele, "como posso ser tão tolo? Jamais teria pensado assim, e ninguém pode saber disso! Será possível que eu não estou preparado para o posto que exerço? Não, não, eu não posso dizer que eu não consigo ver o tecido."
"Então, o que você tem a dizer? disse um dos vigaristas, enquanto ele fingia estar super ocupado tecendo.
"Oh, é muito bonito, extremamente belo," respondeu o velho ministro esforçando-se por enxergar através dos seus óculos. "Que modelo primoroso, que cores brilhantes! Irei imediatamente dizer ao imperador que eu gostei muito da roupa."
"Ficamos muito contentes em ouvir isso," disseram os dois tecelões, e descreveram para ele as cores e deram explicações sobre o curioso modelo. O velho ministro escutou tudo muito atenciosamente, para que ele pudesse relatar ao imperador o que eles haviam dito, e assim fez ele.
Então os vigaristas pediram mais dinheiro, seda, e tecido de ouro, que eles diziam serem necessários para o serviço de tecelagem. Eles escondiam tudo para si mesmos, e nem sequer uma linha chegava perto do tear, mas eles continuavam como até agora, a trabalhar em teares vazios.
Logo depois o imperador enviou um outro cortesão honesto até os tecelões para saber tudo o que estava acontecendo, e se a roupa já estava quase terminada. Do mesmo modo que o velho ministro, ele olhava e olhava mas não conseguia ver nada, mesmo porque não havia nada para ver.
"Não é uma linda peça de vestuário?" perguntaram os dois trapaceiros, mostrando e explicando os magníficos modelos, que todavia, jamais existiram.
"Eu não sou estúpido", pensou o homem. "Deve ser por causa do elevado cargo que ocupo e para o qual eu não estou preparado. É muito estranho, mas eu não posso permitir que ninguém fique sabendo;" então ele elogiou a roupa, que ele não via, e expressou a sua alegria diante das cores maravilhosas, e do finíssimo modelo. "É muito lindo," disse ele ao imperador.
InicialT.svgodo mundo na cidade inteira comentava sobre a beleza da roupa. Finalmente, o próprio imperador desejou ver com seus próprios olhos, quando a roupa ainda estava sendo tecida nos teares. Acompanhado por um séquito de cortesãos, incluindo os dois que já haviam estado lá, ele foi até os dois vigaristas espertos, que agora empregavam maior esforço no trabalho, sem usar nem sequer um fio de linha.
"Não é maravilhoso?" disseram os dois outros chefes de estado que já haviam estado lá anteriormente. "Com certeza a Vossa Majestade vai admirar as cores e os padrões." E então apontavam para os teares vazios, pois acreditavam que os outros não estavam vendo o tecido.
"Mas o que é isso?" pensou o imperador, "eu não estou vendo nada. Isso é terrível! Serei eu um tolo? Será que estou despreparado para ser imperador? Essa seria a coisa mais terrível que poderia me acontecer."
"Realmente," disse o imperador, virando-se para os tecelões, "a sua roupa tem toda a nossa aprovação." e balançando a cabeça satisfeito olhava para o tear vazio, pois ele não queria dizer que não estava vendo nada. Todos os acompanhantes, que faziam parte da sua comitiva, ficavam olhando e embora não pudessem ver nada mais do que viam os outros, ele concordaram com o imperador, "É muito lindo." E todos aconselharam para que o rei usasse aquela roupa maravilhosa durante uma grande procissão que em breve estaria para ser realizada. "É magnífico, lindíssimo, excelente," disse um deles, todos pareciam estar encantados, e o imperador nomeou os dois vigaristas como os "tecelões imperiais da corte".
A noite toda que precedeu ao dia quando a grande procissão se realizaria, os trapaceiros fingiam trabalhar e só nesse dia queimaram mais de dezesseis velas. As pessoas deveriam ver que eles estavam ocupados fazendo os acabamentos da nova roupa do imperador. Eles fingiam tirar a roupa do tear, e pareciam estar trabalhando no ar com grandes tesouras, e costuravam com agulhas que não tinham linhas, e disseram no final: "A nova roupa do imperador ficou pronta."
InicialO.svg  imperador e todos os seus cortesãos foram até o salão, os vigaristas mantinham seus braços levantados como se estivessem segurando alguma coisa na mãos e disseram: "Estas são as calças!" "Este é o casaco!" e "Aqui está o manto!" e assim por diante. "Estes trajes são tão leves quanto teia de aranha, e a pessoa se sente como se não estivesse usando nada no corpo, mas aí é que está a beleza delas."
"De fato!" disseram os cortesãos, mas eles não conseguiam ver nada, porque não havia mesmo nada para ser visto.
"Será que a Vossa Majestade por gentileza poderia se despir," disseram os trapaceiros, "para que possamos auxiliar a Vossa Alteza nos ajustes da nova roupa diante do grande espelho?"
O imperador se despiu, e os vigaristas fingiram colocar nele a nova roupa, peça por peça, e o imperador olhava para si mesmo no espelho de todos os lados.
"Como ela lhe caiu bem!" "Como ficou bonita!" disseram todos. "Que modelo arrojado! Que cores belíssimas! Esse é um traje magnífico!"
O mestre das cerimônias anunciou que os carregadores do pálio, que haveriam de desfilar durante a procissão, já estavam prontos.
"Eu estou pronto," disse o imperador. "A minha roupa nova não caiu perfeitamente bem?" Então ele se virou mais uma vez para o espelho, para que as pessoas pensassem que ele estava admirando os seus novos trajes.
InicialO.svgs camareiros, que iriam ajudá-lo a carregar a cauda, estenderam suas mãos até o chao como se estivessem levantando a cauda, e fingiam segurar alguma coisa em suas mãos, eles não queriam que as pessoas soubessem que eles não estavam vendo nada.
O imperador marchava na procissão sob o belo pálio, e todos que olhavam para ele na rua e pelas janelas exclamavam: "De fato, o novo traje do imperador é incomparável! que longa causa que ele tem! Como a roupa caiu bem para ele!" Ninguém queria que os outros soubessem que eles não viam nada, pois que seriam considerados incapacitados para o cargo que ocupavam ou tolos demais. Nunca as roupas do imperador foram tão admiradas.
"Mas ele não está usando nada," disse uma pequena criança afinal.
"Deus do céu! ouçam a voz de uma criança inocente," disse o pai, e um sussurrava para o outro o que a criança havia dito. "Mas ele não está usando nada", gritaram afinal todas as pessoas. Isso causou uma forte impressão no imperador, pois lhe pareceu que as pessoas tinham razão, mas ele pensou consigo mesmo, "Agora eu vou ter de aguentar isso até o fim." E os camareiros caminhavam com mais dignidade ainda, como se carregassem a cauda que não existia.
 

In Wikisource online   
Hans Christian Andersen - escritor dinamarquês, autor de contos infantis
 
Lista em ordem cronológica dos mais famosos contos de fadas de
Hans Christian Andersen
 
 
1. A caixa de fósforos
2. Pequeno Cláudio e Grande Cláudio
3. A princesa e a ervilha
4. As flores da pequena Ida
5. A princesa Thumbelina
6. O menino insolente
7. A companhia de viagens
8. Esta fábula é dedicada a você
9. O talismã
10. Deus nunca morre
11. A pequena sereia
12. A roupa nova do imperador
13. As galochas da fortuna
14. A margarida
15. O valente soldado de chumbo
16. Os cisnes selvagens
17. O jardim do paraíso
18. O tronco voador
19. As cegonhas
20. O elfo da rosa
21. O que a lua viu
22. O príncipe cruel
23. O porco de metal
24. História sobre o vínculo da amizade do pastor
25. Uma rosa do túmulo de Homero
26. O trigo sarraceno
27. Ole-Luk-Oie, o deus do sonho
28. O rebanho de porcos
29. O anjo
30. O rouxinol
31. O patinho feio
32. O peão e a bola
33. O abeto
34. A rainha da neve
35. A mãezinha da velha árvore
36. O colina do elfo
37. Os sapatos vermelhos
38. O saltador
39. A pastora e a vassoura
40. Holger, o dinamarquês
41. O sino
42. A avó
43. A agulha de cerzir
44. A pequena vendedora de fósforos
45. O raio de sol e o prisioneiro
46. Perto da janela do orfanato
47. A velha lâmpada da rua
48. As famílias vizinhas
49. Tuquinho
50. A sombra
51. A casa velha
52. A gota d'água
53. A família feliz
54. História de uma mãe
55. A camisa de colarinho
56. O linho
57. O pássaro Fênix
58. Uma história
59. Os porcos
60. O apresentador de marionetes
61. O livro mudo
62. A velha pedra do túmulo
63. O galho de maçã presunçoso
64. A rosa mais adorável do mundo
65. Em mil anos
66. O ninho do cisne
67. A história do ano
68. No dia do julgamento
69. Não há mais dúvida sobre isso.
70. A boa índole
71. Uma grande dor
72. Tudo no lugar certo
73. O gnomo e o mascate
74. Sob o salgueiro
75. A flor da ervilha
76. Ela não servia para nada
77. A última pérola
78. Duas donzelas
79. Nos lugares mais distantes do mar
80. A caixa de dinheiro
81. Uma folha do céu
82. Jack, o cretino
83. Ib e a pequena Cristina
84. A espinhosa rodovia da honra
85.A donzela judia
86.O fundo do sino
87.Um colar de pérolas
88.O gargalo da garrafa
89.Sopa de salchicha torta
90.A toca de dormir do velho bacharel
91.Alguma coisa
92.O último sonho do velho carvalho
93.A cartilha
94.A filha do rei do brejo
95.As raças
96.A pedra filosofal
97.A história do vento
98.A garota que pisava no pão
99.Ole, o guardião da torre
100.Anne Lisbeth
101.Conversa de criança
102.A criança e o túmulo
103.Dois irmãos
104.A caneta e o tinteiro
105.O galo da fazenda
e o catavento
106.Beleza de forma e beleza de mente
107.História das colinas de areia
108.Um dia emocionante
109.A borboleta
110.O bispo de Borglum e seus guerreiros
111.Os passageiros da carruagem postal
112.O besouro que foi viajar
113.O que um velhinho faz está sempre certo
114.O homem das neves
115.O pato português
116.A deusa do novo século
117.A donzela do gelo
118.A alma
119.O caracol e a roseira
120.O velho sino da igreja
121.O xelim de prata
122.O floco de neve
123.A xícara de chá
124.A ave da canção popular
125.A banda está na cidade,
diz a moura
126.O moinho de vento
127.No berçário de crianças
128.O tesouro de ouro
129.A tempestade chacoalha o escudo
130.Atraso não é esquecimento
131.O filho do ceramista
132.Nossa tia
133.O sapo
134.Tuco e Tuca
135.Os verdinhos
136.O gnomo e a mulher
137.Pedro, Peter e Piero
138.O livro ilustrado do padrinho
139.Quem é o mais feliz?
140.A dríade
141.Os dias da semana
142.As cartas da corte
143.A sorte pode estar num alfinete
144.Histórias dos raios de sol
145.O cometa
146.Os maltrapilhos
147.O que alguém pode inventar
148.As experiências do cardo
149.A família de Poultry Meg
150.As velas
151.Avô
152.A coisa mais incrível
153.Lendas populares da Dinamarca
154.O que toda a família falava
155.Peer, o sortudo
156.Dance, dance, minha bonequinha!
157.A grande serpente marinha
158.O jardineiro e a casa de campo
159.O que disse a velha Joana
160.A chave do portão
161.O aleijado
162.Tia Dor-de-dente
163.A pulga e o professor
164.Coaxar
165.O escrevente
166.As pessoas dizem -
167.A pobre mulher e o pequeno
pássaro canário
168.Urbano

                                                                                                   In Wikipédia online


 
 





 
 
 


                              Hans Christian Andersen

 
Escritor dinamarquês, o autor de contos de fadas mais conhecido mundialmente, nasceu a 2 de abril de 1805, em Odessa, e morreu a 4 de agosto de 1875, em Copenhaga, também na Dinamarca.



Membro de uma família humilde, aos 11 anos, após a morte do pai, foi viver para a capital, Copenhaga, onde estudou canto e dança, graças a uns protetores. Trabalhou no Teatro Real como ator e bailarino e também escreveu algumas peças. Entretanto, em 1828, entrou na Universidade de Copenhaga.
Contudo, o grande interesse de Hans Christian Andersen era a literatura o que fez dele um ávido leitor. Em 1833, começou a publicar os seus primeiros textos, desde obras dramáticas, a diários, apontamentos de viagens e romances. O reconhecimento internacional chegou em 1835 com o romance O Improvisador. Ainda a nível de romances escreveu Nada como um menestrel (1837), Livro de Imagens sem imagens (1840) e O romance da minha vida (autobiografia, 1847).
Contudo, tornou-se mundialmente famoso pelos contos que escreveu, especialmente por serem dedicados ao público infantil, o que era raro na época. Publicou os primeiros em 1835 e foi acrescentando outros até 1872, altura em que atingiu os 156 contos. De início, Andersen baseou-se nas tradições populares do seu país para escrever as histórias, passando depois aos contos de fadas e a outros onde a Natureza era a protagonista, ou até mesmo os objetos. Assim, escreveu, sucessivamente, contos como Companheiro de Viagem, Os Cisnes Selvagens, O Duende, A Colina dos Elfos, O Rouxinol, O Sapo, O Abeto, As Flores da Pequena Ida, A Agulha de Remendar, A Gota de Água, A Velha Lanterna e Os Trapos. Contudo, nos seus contos mais famosos, O Soldadinho de Chumbo e A Pequena Sereia, notavam-se influências autobiográficas.
Nos seus contos havia sempre uma moral e Andersen tentava passar a ideia de padrões de comportamento que deveriam ser adotados, nomeadamente para que houvesse igualdade entre todas as pessoas.
Hans Christian Andersen escreveu regularmente até 1872, altura em que ficou bastante doente. Viria a morrer três anos mais tarde, a 4 de agosto de 1875, em Copenhaga.
A data de nascimento do escritor, 2 de abril, é hoje em dia utilizada para assinalar o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil e o mais importante prémio literário do mundo do género, atribuído pelo International Board on Books For Young People, tem o seu nome.
 
                                                                            In http://www.infopedia.pt/$hans-christian-andersen


sexta-feira, 26 de abril de 2013


Curiosidades : História do Dia da Mãe                  ( sugestão de tema  para partilhar com as nossas crianças)

As mais antigas celebrações do Dia da Mãe estão ligadas à comemoração do início da Primavera, na Grécia Antiga,  na qual se honrava a Mãe dos Deuses - Rhea. Na mitologia grega, Rhea foi a mãe de Zeus e irmã de Kronos, considerada como uma das mais influentes deusas em Creta, Arcadia e Phrygia. Assim como a deusa Gaia, Rhea seria também considerada a mãe de todos os Deuses.
Por seu turno, em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a mãe dos deuses romanos. O dia dedicado a esta deusa foi criado cerca de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava no 4º Domingo da Quaresma (os 40 dias antes da Páscoa) um dia chamado "O Domingo da Mãe", dedicado a todas as mães inglesas. No Domingo da Mãe, aos trabalhadores era mesmo concedido um dia de folga e estes eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
O Cristianismo instituiu a festa da "Igreja Mãe", verdadeira força espiritual capaz de proteger os homens de todos os males. Habitualmente, esta festa da Igreja fora sendo associada também à celebração do "Domingo da Mãe".
Nos Estados Unidos, as comemorações do Dia da Mãe foram sugeridas, pela primeira vez, por Julia Ward Howe e suas colegas no ano de 1872, que se uniram para lutar contra a guerra e, segundo elas, o Dia da Mãe seria um dia de paz.
O verdadeiro Dia da Mãe está associado a Anna Jarvis, que aos 41 anos de idade perdera a sua mãe. Tal como a sua irmã Elisinore, sentiu uma grande e irremediável perda o que as levou a reflectir sobre o facto de não existirem demonstrações concretas de apresso para com as mães.
 Anna Jarvis decidiu fazer algo, na esperança de que a celebração de um dia dedicado à Mãe iria estimular a estima e consideração dos filhos para com os seus pais, para além de incentivar os laços familiares.
Mas foi em 1907 que Anna empreendeu o esforço necessário à instituição do Dia da Mãe. Com a ajuda de seus amigos, empreendeu uma campanha por correio com vista a obter apoio de congressistas, políticos influentes e personalidades da sociedade norte-americana, com o objectivo de ser oficialmente declarada uma data comemorativa do Dia da Mãe.
Os seus esforços não tiveram o efeito desejado, e foi a 10 de Maio de 1908 que, pela primeira vez, numa cerimónia religiosa, Anna Jarvis honrou sua Mãe.
Para embelezar a cerimónia foram utilizados cravos vermelhos, a flor favorita da mãe de Anna. Desde então, os cravos vermelhos converteram-se no símbolo da mães em vida e os cravos brancos o símbolo das mães que já partiram.
 A primeira proclamação do Dia da Mãe deu-se três anos depois, em 1910, instituída pelo Governador do Estado da Virgínia, Estados Unidos. Um ano depois, o Dia da Mãe foi a pouco e pouco sendo comemorado em todas as partes do mundo, desde o México, Canadá, Japão, no Continente Africano e na América do Sul.
Em Dezembro de 1912 foi criada a Associação do Dia Internacional da Mãe com vista à promoção generalizada desta efeméride tão especial em todo o mundo.
Em Portugal, o Dia da Mãe foi comemorado até à bem pouco tempo, no dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, a Padroeira de Portugal. Também o Dia 13 de Maio é ainda hoje associado às comemorações da Mãe. Porém, actualmente foram instituídas as comemorações do Dia da Mãe, no primeiro Domingo do mês de Maio.



O dia da mãe no mundo
Portugal e África do Sul: 1º Domingo de Maio
Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Dinamarca, EUA, Finlândia, Itália, Japão, Turquia e outros: 2º Domingo de Maio
Argentina: 2º Domingo de Outubro
Espanha: 8 de Dezembro, dia em que se homenageia a Virgem Maria
França e Suécia: último Domingo de Maio
Índia: início de Outubro
Iugoslávia: 2 semanas antes do Natal
Líbano: 1º dia da Primavera
Noruega: 2º Domingo de Fevereiro                In http://paulaperna.com.sapo.pt/dia_mae.htm